Ouça ao longe vozes e gritos de um povo há muito tempo esquecido. Observo
e vejo que os gritos já não são de tristezas e dor, mais sim de alegria e
jubilo. Vindos de Aruanda terra sagrada, linda e feliz, onde os guerreiros cantam
e festejam, vê negros nagôs se expressarem de forma tão benevolente.
Essas vozes vêm dizendo que há muito tempo fomos arrancados brutalmente
do seio da mãe África e o tempo não pode apagar isso, não podemos esquecer quem
somos e quem sempre seremos.
A dor já sofrida pelo nosso povo que seja exemplo e a alegria que ecoa
através dos séculos, seja a força impulsionadora de um mundo de paz. Devemos
construir nossa história com coragem e sem arrependimentos, em momento algum baixar a cabeça, pois, a
liberdade deve ser conquistada por qualquer meio necessário para realizar o sonho
de cantar e festejar aqui e em Aruanda.
Já, mais permitam que romantize a história que é e sempre será um trajeto
de luta, revoltas e desatinos até a liberdade ser alcançada. Afirmo, será por
qualquer meio necessário!
Lembre-se todo dia é dia de preto.
Texto: José Carlos (Jc)
Dia da Consciência Negra é comemorado em 20 de novembro em todo o território nacional.
A importância da data está no reconhecimento dos descendentes africanos na constituição e na construção da sociedade brasileira.
E a CIATDAL não poderia deixar esta data tão importante para a construção de uma sociedade limpa sem preconceitos de raças, levando a temática VOZES DA RUA baseado no texto de Victória Santos Cruz - Me gritaram negra. Na qual retrata a realidade de muitos que sofrem preconceito por ter uma pele negra ou exótica como muitos assim chamam.
Nosso muito obrigado ao Instituto Federal do Maranhão - IFMA campus avançado Porto Franco pelo o convite para apresentar nosso trabalho aos alunos das turmas do ensino médio integrado de administração e meio ambiente e dos cursos subsequentes, agronegócio subsequente, informática subsequente e queremos agradecer em especial a professora de história Edna Santos e o professor de sociologia João Fernando.
Cada apresentação como se fosse a primeira...
A declamação do poema “ME GRITARAM NEGRA” de Victória Santa Cruz, nos remete a uma reflexão sobre a nossa responsabilidade de educar. Acreditamos que só através dela que podemos transformar o mundo em um lugar melhor para se viver e livre de preconceitos. Agradecemos ao acadêmico Elvo Araujo pelo convite para participar do X SECONE – Semana da Consciência negra no campus da UFT em Tocantinopolis.
Mais sobre o poema
Em 21 de março de 1960, em Joanesburgo, na África do Sul, 20.000 pessoas faziam um protesto contra a Lei do Passe, que obrigava a população negra a portar um cartão que continha os locais onde era permitida sua circulação. Porém, mesmo tratando-se de uma manifestação pacífica, a polícia do regime de apartheid abriu fogo sobre a multidão desarmada resultando em 69 mortos e 186 feridos.
Seu poema é uma bandeira na luta contra o racismo. Ele relata aquilo que todo negro já viveu, e o faz interiorizar uma autoimagem que nega sua autoestima, Mas, num crescente, a palavra “negra”, que começa como insulto, se transforma em afirmação valorosa da identidade e da humanidade negra