Por um momento os olhares de milhões de
pessoas do Brasil e do mundo buscaram uma mesma direção, não com o mesmo
sentimento, mas pelo mesmo motivo: a prisão do ex-presidente Lula! O Brasil não
se dividiu em dois, apenas se mostrou mais uma vez, como em outros momentos da
história. A conjuntura é oportuna, deverá servir para algo maior que as
provocações nas redes sociais que classificam as partes discrepantes como:
"corretos" e "errados", "sábios" e
"burros", revelando o desejo de impor uma opinião a qualquer custo. O
brasileiro continua no jogo, ou, a fazer o jogo de interesse de outros.
É tempo de assumir em si o que espera no
outro e na justiça. É hora de confrontar o comportamento pessoal e
individualista, não sob o olhar da justiça de Curitiba ou do juiz Sérgio Mouro,
mas ao julgamento próprio, assumir-se como culpado, pois, igualmente aos que
sentam no “banco dos réus”, ou na “tribuna de fuzilamento dos doutores da lei e
da moral, de um modo ou de outro, todos, sempre se aproveitam de alguma
situação porá lograr vantagens próprias.
Para ilustrar a situação, não é necessário
invadir a particularidade e falar das traições matrimoniais, dos envolvimentos com
menores, dos subornos, da falsa moral e de tantos outros atentados aos bons
costumes, sim, bons costumes! Visto que essa, tem se tornado a pauta mais
relevante nos pleitos que decidem os rumos do País, dos Estados e dos
Municípios. Há tempos deixou-se de priorizar as vontades/saberes administrativos
pelo desejo de moralizar.
É
preferível uma nação supostamente moralizada que políticas públicas eficientes?
Como
alcançar um Estado honesto com uma população corrupta?
É importante refletir a condição de agente
protagonista da nação, o “Eu” que pode decidir os rumos da pátria, o “Eu” que
prefere negociar o sufrágio que poderia empoderar o cidadão, por tijolos,
telhas, portas, valor em espécie, emprego ou qualquer outra forma de vantagem
pessoal. Essa postura, sentencia através do voto a nação e não os políticos. Passado
o período de escrutínio, o foro privilegiado retorna aos mesmos, e povo encontram-se
habilitado a continuar discutindo a moralização do país.
Somos, não o que temos a consciência de ser,
mas o papel que exercemos em um drama do qual se existe não como autores e sim,
como personagens de uma massa que oprimo, intimida, subjuga e condena. Portanto,
ao contrário do que se imagina, é importante o envolvimento da nação diante dos
vários acontecimentos, é preciso apenas minimizar as ofensas contra quem
igualmente é combatente, mesmo em lados opostos. Ou será que a verdadeira
batalha não seja contra a corrupção e os muitos privilégios de alguns?
Mesmo sendo típico da polêmica contemporânea
traçar o retrato do adversário (burro, incompetente, sem cultura e outros
adjetivos difamatórios) em lugar de combater seus argumentos, por um bem comum
é preciso aceitar e debater os pensamentos divergentes, especialmente, é
preciso defender o que se acredita! Porém, não comecei por afirmar ou duvida de
um modo absoluto, a ponto de contestar no outro o direito de responder. É mais
apreciável um exame de consciência antes de defender veemente alguns princípios
para não ser contrário às próprias práticas cotidianas. Entretanto, o objetivo
não é dizer que para apontar falhas seja necessário não as cometer, a todos se
reserva a liberdade de julgar, mesmo que sejam iguais ou piores ao transgressor,
porém, se o objetivo é mudar a nação, é imprescindível que cada uma faça sua
parte. Seja você também o que busca no outro!