quarta-feira, 6 de março de 2019

TRAGÉDIAS E COMPLACÊNCIA


Por: Edvan da Silva Oliveira

         Olhando os recentes acontecidos e após assistir a um vídeo de William Waack, sentir-me provocado a comentar sobre assunto. É oportuno refletir sobre as consequências da nossa omissão diante da péssima administração pública que submerge a nação. Como o próprio William comenta, somos complacentes com situações que a cada momento tomam proporções maiores. É o caso das tragédias envolvendo as barragens de rejeitos da Vale (Mariana e Brumadinho), a calamidade no Rio de Janeiro, ônibus sendo soterrados no cartão postal do país, a tragédia com os garotos/atletas do flamengo e muitos outros casos. O pior é que todos os acontecimentos supracitados são recorrentes. Entra governo, sai governo, e nenhuma providência é tomada, a não ser culpar um ao outro, esquivando-se da responsabilidade. Entretanto, no íntimo, os interesses, a única preocupação que impera e a flexibilização de normas e fazer vista grossa às existentes para agradar sob a justificativa de gerar oportunidade. Oportunidade não se sabe para quem!
      O cidadão, o povo que constitui um dos três elementos do Estado (povo, território e soberania), os verdadeiros soberanos, estão ocupados demais tentando agradar ou defender um político favorito. Está impregnado em nós o desejo de subserviência. Somos complacentes diante de muitas coisas, pois, o problema parece distante, ou menos grave em nossa região. Às vezes o calo aperta, mas, não podemos falar da situação, já que, precisamos ser complacentes com o amigo que defende o grupo no poder. A nossa formação política não nos permite compreender que os comentários servem para melhorar os serviços públicos, e que em muitos casos, somente quando ocorre a manifestação popular que o serviço passa a ser ofertado com o mínimo de qualidade necessária. Argumenta alguns, “a melhor postura é sempre ficar calado, agonizar calado, uma vez que as palavras causam repulsa, pois, sempre terá um lado ofendido”. A crítica ao Estado torna-se pessoal!
      Rousseau dizia que “a constituição de vários indivíduos forma um soberano que somente terá legitimidade diante desta constituição, não podendo ter interesses contrários aos deles, sendo impossível o desejo do corpo de prejudicar seus membros”. Contudo, na prática, nos dias atuais e no Brasil de todas as raças e de todos credos, o contrato que representava uma forma de unir todas as pessoas, tornando-as mais fortes, podendo continuar livres e respondendo por si, tornou-os soberanos dicotômico.


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